Mais de um milhão de mulheres estão unidas contra Jair Bolsonaro – pelo menos no Facebook.

Um grupo, criado há menos de duas semanas na rede social, atingiu 1 milhão de integrantes na madrugada desta quarta-feira (12/09/2018).

O grupo foi criado como forma de mobilização contra a candidatura, pelo PSL, do capitão reformado à Presidência da República – atual líder nas pesquisas eleitorais divulgadas nesta semana, com 24%, segundo o Datafolha, e 26%, de acordo com o Ibope.

“Ele representa tudo que é de atraso na luta pelos direitos das mulheres, ele ataca diretamente a licença maternidade, a diferença salarial entre homens e mulheres”, afirmou a publicitária Ludmilla Teixeira, uma das criadoras do grupo, em entrevista a EXAME.

A iniciativa é apartidária e não é alinhada com nenhum espectro ideológico; são aceitas mulheres de esquerda e de direita, indiscriminadamente. A única bandeira fixa, resumiu Ludmilla, é: “não importa o seu candidato, desde que não seja Bolsonaro”.

O diálogo com essa parcela do eleitorado, inclusive, se mostrou um fracasso. No início, diz a publicitária, foi permitida a entrada de eleitoras declaradas de Bolsonaro, mas o clima ficou hostil e as fundadoras ficaram preocupadas em criar um antro de brigas, em vez de um pólo de debate e crescimento.

Rejeição
Segundo o Datafolha, divulgado na última segunda-feira (10), Bolsonaro é o candidato mais rejeitado pelo eleitorado: 43% declararam que não votariam nele de jeito nenhum, parcela que sobe para 49% entre as mulheres.

De acordo com um texto publicado no site Observatório das Eleições pelo professor de ciência política Jairo Nicolau, da UFRJ, a situação de Bolsonaro é singular, porque nas últimas eleições “não há casos de um candidato à Presidência com uma discrepância tão grande” entre votos de homens e mulheres.

Ele analisou dados do pleito de 2010 e 2014, além da pesquisa Datafolha de agosto, na qual Bolsonaro tinha 30% da intenção de voto dos homens, ante só 14% das mulheres, 16 pontos percentuais de diferença.

A segunda candidata com maior discrepância entre os gêneros é Marina Silva (Rede), com então 19% da preferência feminina e 13% da masculina, uma diferença de apenas 6 pontos percentuais.

Diante desses números, é possível entender porque o grupo cresce tão rapidamente. Mas sua fundadora deixa claro: a iniciativa não é contra a pessoa de Jair Bolsonaro, que, disse Ludmilla, merece respeito, e sim contra sua candidatura.

Fonte: EXAME

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