Após a Agência Nacional de Águas (ANA) e o Ibama autorizarem, no último dia 1º, a Companhia Hidroelétrica de São Francisco (Chesf) a reduzir a vazão do reservatório de Sobradinho de 1.100 m³/s para 1.000 m³/s entre 0h e 7h nos dias úteis e durante 24h aos sábados e domingos, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) solicitou nova diminuição, desta vez para 900 m³/s, segundo informações da Agência Nacional de Águas. 

A vazão mínima, que inicialmente era de 1.300 m³/s, reduziu para 1.100 m³/s desde 8 de abril de 2013. Nesta terça-feira (7), o reservatório apresentava 20,5% de seu volume. Desde abril de 2013, a vazão mínima é mantida em 1.100 m³. Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), não há previsão de retorno a vazão inicial antes do período chuvoso de 2015/2016. A agência informou ainda que a proposta do ONS passará por análise técnica, após o Ibama concluir sua avaliação. Segundo informações do Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), o reservatório tem pouca chance de ter seu nível aumentado significativamente. A previsão é de que a partir de abril, quando inicia-se o período de estiagem em Minas Gerais e no oeste da Bahia, de onde vem a maior contribuição para a recarga da barragem, deve seguir o curso normal do ponto de vista climático, “ou seja, os volumes de chuvas esperados deverão ter pouca ou nenhuma contribuição para recarga do reservatório”. De acordo com o meteorologista do Inema, Heráclio Alves, o período chuvoso deste ano, que se iniciou em outubro do ano passado não transcorreu conforme a média esperada para o intervalo. “As chuvas no Sudeste e no oeste baiano ficaram abaixo do normal nos meses chuvosos. Em outubro, quando começa o período chuvoso, ainda com volume tímido, tanto no centro-norte de Minas, quanto no oeste da Bahia, há um volume de chuvas que gira em torno de 100 a 150 mm, e este ano ficou muito abaixo”, citou Alves. Nos meses seguintes, afirma o meteorologista, apenas em novembro, que tem em média 200 mm de precipitações, as chuvas chegaram próximo do volume esperado. Em dezembro e janeiro, quando são aguardados entre 200 e 300 mm, o déficit foi de cerca de 90%. Em fevereiro, também ocorreu redução. “Em março começa o período de estiagem, já chove pouco, tivemos chuvas fracas, entre normal a baixo”, afirmou. A alteração em relação à média de chuvas se deve, segundo Alves, a ocorrência do fenômeno do El Niño, que teve início em julho do ano passado.
por Luana Ribeiro do Bahia Notícias/Foto: Reprodução/TV Globo 

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